segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Brinquedos de tokusatsu ontem e hoje! comentário feito em parceria com o Blog Henshin World

Por:Goggle Red
Foto: Smith Sp

Fiquei muito contente quando o amigo Admilton Ribeiro me convidou a escrever este comentário para o seu blog Toku Force. Mais do que seu espaço pessoal para falar de tokusatsu, o blog TOKU FORCE sempre revela uma postagem nova melhor que a anterior, por isso minha primeira preocupação como colaborador foi me esforçar para fazer algo que não comprometesse isso, que não ferisse a qualidade do site. Conforme combinamos, este texto está sendo publicado no Heróis da TV e no Henshin World ao mesmo tempo e integralmente. Como o tema aqui foi totalmente escolhido pelo Admilton, isso ainda me dá uma oportunidade de escrever sobre algo que eu não premeditei, me ajudando a acumular mais experiência como comentarista, algo que com certeza possa vir a me ser útil no futuro. Os registros mais antigos que eu tenho falando a respeito do frisson causado pelos brinquedos de tokusatsu são do final da década de 80, e coincidem com a época em que as séries exibidas pela Rede Manchete estavam em alta. Cópias de páginas de jornais e revistas testemunham que eles eram apenas uma parte dos vários produtos derivados com a estampa dos heróis, sempre garantindo sucesso nas vendas. O jornal "O Estado de S. Paulo" do dia 14/03/1989 revela ainda que os brinquedos eram de fabricação nacional, e tinham todo o seu licenciamento manipulado pela Everest Vídeo_ a mesma empresa que trouxe boa parte das fitas para o Brasil. Segundo a página, um kit do Changeman vendido na época, com máscara, espada e escudo de plástico era "salgado": 25 cruzados novos (ou R$ 205,02, pela atualização de valores de junho/2013). Outra página do mesmo jornal e do mesmo ano_ desta vez com data de 25/11_ dedica-se mais integralmente ao tema dos brinquedos. O foco da matéria é o empresário Ayres Campos, que nas décadas de 50 e 60 protagonizou o Capitão 7, super-herói brasileiro que fazia grande sucesso na TV e cujo nome seria repassado à fábrica de confecções de fantasias que administrava junto com seu filho, em São Paulo. A produção em torno da marca dos heróis japoneses era feita sob encomenda da Everest, sendo responsável por 80% de seu lucro anual. Um ponto ruim de eu ter baseado minha pesquisa dos brinquedos antigos quase toda aqui no meu acervo pessoal de arquivos é que eles só se ocupam em falar desses produtos "Made in Brazil", fazendo com que eu não tenha nenhuma referência de como era o mercado japonês naquela época. Como o nosso país sofria com um inflação descontrolada, é provável que a fabricação própria entrava aqui como alternativa econômica para tentar conter um pouco o alto fluxo de importações que, sem dúvida, causava boa parte de tal descontrole nos preços nacionais. Porém, é quase certeza que muitas produtoras de seriados tokusatsus não dependiam tanto quanto dependem hoje da receita vinda dos brinquedos. Muito mais importante para elas era a comercialização dos direitos com outros países, numa gama que ia desde a exibição dos seriados originais nos canais de TV de fora do Japão até o licenciamento dos copyrights, detalhes únicos e patenteados que viriam a ser copiados pelos fabricantes de produtos diversos no mundo afora. Já hoje em dia, sabe-se que esse licenciamento existe, porém de uma forma bem mais contida. Sem falar que a demanda por lucro é infinitamente maior_ até para manter o nível das produções e nunca interromper seu desenvolvimento. O papel fundamental que a receita dos brinquedos tomou para fábricas e produtoras pode ser visto até de uma forma prática: basta irmos, por exemplo, numa pesquisa de imagens do Google ou de outro site de busca da Internet para constatarmos como figuras de bonecos serão cerca de 70 % (ou até mais) dos resultados sobre o nome de algum herói de tokusatsu_ que nem precisa ser protagonista. Se esse mercado por um lado assusta, por outro também é compreensível, ainda mais quando notamos a crescente qualidade da maioria dos materiais à nossa disposição.
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